A minha infância como escritora – Rascunhos da minha alma

 A minha infância como escritora – Rascunhos da alma


        Sempre gostei de ler, hábito que cultivo desde criança. Isso influenciou diretamente minha afetuosa relação com a literatura, pois acredito que não existe momento mais propício para ser iniciado nas múltiplas realidades que as palavras abrangem do que quando nos familiarizamos com o mundo letrado. Tendo em consideração, que a criança, com sua imaginação fértil, é a mais propensa a transpor os vocábulos impressos para contemplar o poético universo que o autor convida a visitar.

            Transitei por diversos estilos literários durante a infância, sendo cativada por narrativas que se apresentavam como esfinges cujos enigmas eu desvendava recorrendo ao onisciente dicionário até sentir-me confiante para navegar entre as páginas como capitã da minha própria embarcação, onde o dicionário atuava somente como uma solícita bússola. Atrevo-me a crer que tal catarse sucedeu um colóquio amistoso com o Philip Pirrip sobre ambição e redenção em Grandes Esperanças.

             Quando finalmente me familiarizei com a leitura, quis aventurar-me em minha própria criatividade, uma árdua empreitada que enfrentei com seriedade. Apesar da avidez com que empregava meu pequeno caderno, onde escrevia apressuradas sentenças adornadas com póstumos rabiscos de aprimoramento, logo percebi que precisaria de algo mais ágil e maleável do que lápis e papel. Assim, migrei para o computador, com o qual não era especialmente acostumada, até transfigurá-lo em uma moderna máquina de escrever. Meus dedos construíam, destruíam e reconstruíam tudo o que eu concebia com uma maestria sobre-humana. Dessa forma, transcendi meu preconceito contra máquinas, aceitando essa próspera parceria.

Culminando tudo no estimado livro Ópera de Gelo do qual tanto me orgulho, dado que é resultado da minha paixão pela literatura russa e pela minha fascinação por temas universais inerentes ao ser humano como a importância do autoconhecimento que a protagonista Yelena incorpora por ser uma cantora de ópera vinculada a servidão, porém por habitar o palacete ela jamais será vista como uma serva camponesa, enquanto a nobreza nunca a admitirá devido ao sangue de terra. Esse é o dilema que a acompanhará fazendo com que ela transite entre ambas as classes sociais lutando para descobrir quem ela é e onde pertence, tudo permeado por um envolvente romance.

Vislumbrando o início, alegro-me sobretudo por estar tão longe do fim e acalento a esperança de que todo esse maravilhoso percurso será contigo, amado leitor, que me dedica este valioso tempo para conversarmos.

      Ópera de Gelo está em pré-lançamento, então já garanta o seu exemplar!

Link para conferir Ópera de Gelo, o meu novo romance histórico.


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