Uma jovem escritora pelo mundo

 Place du Palais-Royal – A modernidade usada para revitalizar a antiguidade  A modernidade como artifício para revitalizar a antiguidade é um estratagema arriscado devido ao caráter polêmico cuja unanimidade jamais é atingida, por conseguinte, bifurca a sociedade entre fervorosos admirados e ferrenhos críticos. Mesmo assim, convém assentir que a eficácia é prodigiosa e considere o acréscimo um ultraje artístico ou aformosear contemporâneo, logo toda a cidade usufrui do repercutir de tal arrojada transformação, visto que o turista é uma criatura curiosa facilmente instigada pelo esdrúxulo e inebriada pelo belo o que perfeitamente se constata na Place du Palais-Royal quase restringida a um mero estacionamento para as personalidades estatais que trabalhavam nos prédios governamentais que ornamentam a célebre praça garbosa. Porque, em Paris um encantador jardim florido e abarrotado de tantas olorosas flores variegadas até uma rosa perfumada está suscetível a ser olvidada como uma o

 A torre Saint-Jacques – O belo campanário da igreja desfeita A torre Saint-Jacques para qualquer transeunte que se precipita em uma ingênua contingência é prontamente um enigma arquitetônico, afinal não há razão aparente para que um esbelto campanário gótico prorrompa em uma arborizada praça desprovida de igreja, ou seja, é como se deparar com uma elegante escadaria que finda abruptamente entre as níveas nuvens. Consequentemente, por mais estonteante que sejam os requintados adornos lapidados na impressionante sobranceira pétrea que se sobressai no horizonte, por fim, é espontâneo que questionamentos acerca da sua procedente sejam articulados. Desanuviando-se o mistério que impregna tal emblemática esfinge francesa, logo se esclarece que havia uma igreja dedicada ao apóstolo Tiago Maior que é atribuída ao lendário imperador Carlos Magno , conquanto os vestígios históricos sejam contraditórios, essa é a emocionante variante que se consagra no imaginário popular, já que parece um

 Macarons – O doce símbolo da França O açucarado manjar, conquanto se popularize na França , logo se consagrando como um afamado atributo nacional, na realidade, se trata de uma criação italiana de autoria dos inventivos renascentistas que concebem uma versão rudimentar desprovida de recheio como a atual. Prorrompendo na França por meio dos cozinheiros italianos da Catherine de Médici para o seu régio casamento com Henry II, malgrado não persista em demasia com os subordinados do casal que suscita o sanguinolento Massacre de São Bartolomeu, porque ironicamente tal receita é delegada para as sacras freiras carmelitas que acreditavam que as amêndoas que confeccionam o doce são mais proveitosas ao sustento anímico do que a maculada carne. Posteriormente, na Revolução Francesa o sagrado regalo adocicado ressurge, quando duas freiras despejadas de seu convento graças a descristianização encetam a produzir o doce de amêndoas como forma de agradecimento a uma gentil família que lhes aco

 O sabor do luto - Conto                              Sou plenamente afeiçoado a pacata existência que aprecio algures no ensolarado Alentejo, isto é, em alguma modesta vila genérica onde as casas são revestidas de uma coloração nívea como se estivessem estagnadas em uma época nevada, ao passo que os telhados são avermelhados e cintilam como labaredas no entardecer, embora o que mais me fascine sejam as muralhas pétreas que circundam tudo para nos resguardar como se fôssemos uma pérola conservada em uma concha. Tendo em consideração, que cá, encravados em uma colina, podemos realmente contemplar a humanidade se estender no longínquo horizonte como uma verdejante tapeçaria repleta de variegados retalhos os quais assumimos uma única amostra minúscula, contudo o bastante para que prosperemos como pastores em conjunto com o nosso adorável rebanho de ovelhas. Além disso, quando não estou auxiliando a minha família em alguma incumbência laboral, logo parto junto com a Joana, minha irmã mais