Paris para mim - A precursora Praça Louis XV

 Paris para mim - A precursora Praça Louis XV


            No princípio, o que viria a se consagrar como a maior praça parisiense e outrossim uma instigante reflexão da Marriane vigorante que é espelhada no rio Sena que delimita a fronteira dianteira, na realidade, era somente uma ainda despretensiosa idealização de erigir uma estátua equestre para o rei hodiernamente assentado sobre o poder que havia se apossado de uma magnífica convalescença, após ser acometido por uma súbita enfermidade em Metz.

            Sendo assim, é instaurado um concurso para que primordialmente seja elencado o melhor espaço na capital francesa para tal finalidade o que, depois de muito ponderar se atinge o consenso que seria onde ela personificaria uma espécie de opulente transição arquitetônica entre as majestosas fortificações palacianas das Tulherias, bem como do farfalhar que percorre as folhagens verdejantes da famigerada Champs-Élisées.

Seja dito de passagem, que além de homenagear o poderio régio, também sempre foi intencional que a Praça Louis XV caracterizasse o centro pulsante da enérgica Paris o que aparenta ser um pouco contraditório devido à localização que no andante momento é periférica, entretanto tudo se trata de uma simples previsão vindouro presumível em demasia para sequer denominar de vaticínio.

Tendo em vista, a maneira célere com que a urbanização se propagava como dente-de-leão, quando acariciado pelo deus do vento Zéfiro, ou seja, a Praça Louis XV é planejada para ser o coração da Marriane que Paris viria a ser ao invés da Paris que ela já era o que particularmente imagino ser uma ideia inovadora para uma cidade que costuma se sentir confortável em ser a vanguardista universal.

Ademais, toda a parte pragmática da empreitada não deve ser menosprezada, por isso é relevante realçar que a grande maioria dos terrenos necessários para viabilizar o intento estavam em domínio real o que facilita consideravelmente as desapropriações.

Posteriormente, outro concurso é planeado para a criação da esplanada sendo tal restringido aos membros da Academia Real de Arquitetura o que, logo se concretiza perante a insistência da madame de Pompadour que, além de ser uma célebre mecenas, também exala autoridade na privilegiada incumbência de amante do rei algo que lhe permite influenciar a frígida política através de ardorosas sentenças de Afrodite.

O receptáculo para o renomado regalo é circundado na retaguarda por uma luxuosa paisagem citadina composta por belos edifícios exuberantes, enquanto a fronte é demarcada pelo rio Sena e os extremos indicados por quatro colunas de estilo dórico que representam as quatro estações do ano. Todos esses ornamentos servem para resguardar a preeminente estátua equestre do rei Louis XV trajando uma vestimenta romana para condizer com a coroa de louros, tudo em cima de um pedestal que evoca em bronze todas as virtudes que emanam do monarca, malgrado o povo bastante insatisfeito com o seu esbanjador governo, logo conceda outra interpretação que expressa por meio de uma cantiga cuja estrofe é ‘’ as virtudes vão a pé e o vício a cavalo ‘’.

A mesma turba que seria vítima de um tétrico acidente, quando em meio aos fogos de artifício em veneração ao casamento do delfim com a arquiduquesa Marie Antoinette lastimavelmente mais de cem pessoas são pisoteadas e sufocadas durante o pânico fomentada pela queda de um foguete que traz consigo um incêndio. Não obstante, logo a Praça Louis XV contemplaria uma insólita transformação histórica, quando os mártires se fariam algozes e a praça se encontrasse coagida a se renomear.

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