Paris para mim - A popular Praça da Revolução

 Paris para mim - A popular Praça da Revolução

Como já enfatizado de antemão, esta praça a qual tantos epítetos incidem sempre persiste fiel ao mesmo desígnio sendo o coração de onde todo o sangue francês eflui, sendo assim, apesar de esporadicamente parecer desfigurada, na realidade, ela está somente em uma metamorfose, portanto seja uma larva ou uma borboleta é indubitável que o âmago se conserva puro, porque, por fim, independente de todos os laivos e arranhões da concha a pérola ainda é tão refulgente e nívea como de praxe.

Contudo, seja dito de passagem, que a evolução não é linear e tampouco universal, por isso uma borboleta não significa em todos os âmbitos progresso. Tendo em consideração que, por vezes, ela pode ostentar os mais formosos atavios dourados que fulguram como o próprio sol, contudo até ele como evidencia Faetonte está sujeito a despencar, isto é, todas as instigantes ideias fomentadas pelo iluminismo que traz consigo a liberdade para voejar segundo o bel-prazer das próprias asas podem ser corrompidas, já que tudo guarda em seu cerne primordial um caráter ambíguo, quiçá até equânime. Afinal, o maniqueísmo é tão utópico quanto a Revolução Francesa na esfera teórica.

Se bem, que se a desvirtuação é letal, logo o especulativo é ineficaz, sendo assim, diversos são os cortejos e rituais que prorrompem na régia praça que o povo reivindica para si outrossim com o resto do país. Consequentemente, assim a face delicada de Paris conheceria o corpo bruto que a sustenta.

Tendo isso em mente, a população cá protesta com bustos do Ministro das Finanças demitido, bem como do duque de Orleães, um simpatizante da doutrina jacobina, entretanto eles são drasticamente reprimidos. Maculando a esvoaçando borboleta de escarlate algo que transfiguraria a revolução para a eternidade, porque isento de qualquer maniqueísmo, pelo menos, o intrincado sangue cálido sempre se faz presente como enfatiza o célebre escritor inglês Charles Dickens.

Malgrado, quem verdadeiramente capta o velado desejo francês seja o seu ardoroso representante Marat que assevera que ‘’ toda revolução começa pela palavra e termina pela espada ‘’, porque eis a época em que as vítimas se soerguem para debelar aqueles que os oprimiam. Após, séculos afinco de um vanguardista estratagema de libertação encetado pela Revolta dos Jacques que eram ordinários camponeses que incitaram uma transformação extraordinária.

Embora, o respingo primário seja da própria turba, ela celeremente reverte o cenário, logo no dia seguinte se armando para desmantelar a Bastilha que desmorona trazendo, enfim uma rutilante luz que assenta o estonteante iluminismo. 

Contudo, também gerando um monstro que nasce no ventre de Marriane, entretanto jamais lhe presta qualquer espécie de veneração, pois a acachapante verdade é que a guilhotina é insubordinada agindo somente pelo bestial instinto de devorar quantas presas seja possível capturar na rebatizada Praça da Revolução.

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