Paris para mim
Paris para mim
Paris é célebre por si só, na realidade, a própria nomenclatura já
suscita uma mitologia concernente que, embora remonte a um pretérito precursor
até de Cristo persiste sendo atual. Porque, Paris é essencialmente
contemporânea não somente em um âmbito, mas em todos.
Logo, devido ao seu caráter extraordinariamente emblemático, ela
consegue a proeza de ser, além de notável, também inteligível em toda a
humanidade tamanha a expressividade da capital francesa que transcende toda e qualquer
fronteira para entrelaçar cada indivíduo, por isso Paris é uma das exíguas
remanescentes de um imaginário verdadeiramente popular.
Sendo assim, qualquer um de uma maneira mais ou menos pormenorizada
poderá evocar as amplas bulevares em que a arquitetura europeia é exposta como
em um museu, onde as obras se revelam entre o farfalhar suave de algumas
frondosas árvores, aliás, porventura poderá, até mesmo, ser invocado o
atemporal Louvre cuja edificação palaciana converge para a tão controversa
pirâmide de vidro, conquanto tal esplendorosa imagem já esteja eternizada tanto
quanto a de Gizé o que, talvez fomente uma discreta risota na bela e enigmática
mulher idealizada por Leonardo da Vinci.
Ademais, existe o opulento Palácio de Versailles que facilmente prorrompe na mente, quando se imagina a personificação idílica do fausto e poderio monárquico, apesar de também aparentar ser projetado por Midas que enfurecido pela própria maldição, logo erige a gloriosa Galeria dos Espelhos em que entre formosas estátuas e miríades de reflexos somos tentados ao mesmo mal que Narciso sucumbiu. Outrossim, há o Arco do Triunfo tão magnificente que olvidamos o criador para apropriadamente desfrutar da criação, contudo além de tais monumentos despóticos também embelezam a já tão charmosa Paris diversas igrejas e catedrais que quase induzem a ponderar se Deus é vaidoso, porque tanto a altiva e alva Sacre Coeur quanto a medieval e pétrea Notre Dame não devem ser nomeadas apenas de casa de Deus, mas também autênticos monumentos da humanidade.
Além de tudo, encontra-se os atraentes cafés que compensam a carência
de imponência em recantos de modesto encanto que são hábeis para captar a alma
do transeunte, pois além de saborear o pungente vinho da Arábia que
deliciosamente terebra a língua dormente, também se espera que proporcione um
acalentador ambiente onde as centelhas das mentes fervilhantes se transformam
em incandescentes labaredas em que, apesar da altercação, todos triunfam, além
dos ilustres bistrôs que propagam para a posteridade a acrônica e egrégia
culinária francesa.
Mas, quiçá só conheça Paris em virtude de uma aquisição mais recente, apesar de já ser tão memorável quanto a própria cidade luz esquecida pelo sol, mas sempre um refúgio para reluzentes pensadores, já que a Torre Eiffel repousa entre a verdejante Champ de Mars com uma pomposidade tão plácida que, malgrado esteja nos domínios do deus romano da guerra é árduo crer que ela já teve que contender para conquistar o trono privilegiado que hoje ostenta.
Todos esses esbeltos fragmentos de Paris encarecidamente costurados
pela expedida Moira que chamamos de Sena, por conseguinte, devemos a ela a
preservação de tal ínclita imagem tão revisitada que já beira a onírica.
Destarte, Paris é a Delfos moderna, assim como o umbigo do mundo ou, no mínimo,
da travessa menina denominada Europa que amadurece e se transfigura junto com a
cidade que tantas vezes se configura como um fidedigno sinônimo.
Tendo em vista que tanto Paris quanto a Europa já foram corporificados
como uma soberba senhora que veste elaboradas indumentárias de cetim, exagera
no pó de arroz e nos lábios tingidos de rubro. Ela não se acanha frente a
cavalheiros, contudo os enfeitiça, quando age como uma coquete que são as
sedutoras sereias da nossa era, bem como uma revolucionário mulher de barrete
escarlate que empunha um sabre para libertar a humanidade, porque Marianne não
é apenas a personificação da França, todavia de toda a Europa, afinal é indiscutível
que a caprichosa Europa se expressa no apaixonante francês.
Por fim, Paris é tudo desde o símbolo da moda com a dispendiosa Champs-Élysées
até a pioneira nos direitos universais com a histórica Revolução Francesa.
Melhor dizendo, Paris é tudo e tudo adornado de romantismo, porque déspotas
como Robespierre, Napoleão ou Louis XIV, apesar de todos as transgressões
sangrentas também são lembrados como carismáticos líderes, estrategistas
talentosos ou apenas extravagantes o que desvela mais sobre o cerne de Paris do
que precisamente das personalidades.
A cidade luz é simbólica e multifacetada, por isso ela consegue ser a
santa guerreira Jeanne d'Arc,
contudo igualmente o prodigioso filósofo Rosseau e mesmo mesclando-se
homogeneamente, ela jamais abdica de nenhuma faceta aparentemente
irreconciliável, no entanto, meramente as acrescenta o que é vital para
permanecer sempre hodierna.
Portanto, não há uma Paris ou sequer uma Paris idônea. Ela é inerentemente subjetiva, dessa forma basta que a interpretemos para prestar uma homenagem ao apaixonante tesouro do Ocidente.
Apaixonado pela maneira lírica de tudo!
ResponderExcluirAgradecida!!!
ExcluirAmei, faz jus a poesia que entremeia a capital francesa
ResponderExcluirMuito alegre por reproduzir toda a admiração que nutro por Paris
ExcluirEncantado, parabéns!
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ExcluirAdorei, sou fascinado por Paris e tambem pela sua escrita!
ResponderExcluir❤️
Excluir👏👏👏👏
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ExcluirParabéns pela promissora e jovem carreira no mundo das letras, Victoria
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ExcluirUauuuu !!!! Belo
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ExcluirCidade espetácular, descrição impecável!
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ExcluirLindo como sempre ....
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ExcluirMe senti em Paris ….Paris para nós
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ExcluirDeslumbrante sem palavras para elogiar
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