Budapeste - A faceta medieval de Buda

Budapeste é a capital da Hungria encravada no Leste Europeu e uma autêntica sobrevivente do outrora, na realidade, Budapeste se respalda no passado para prosperar no presente. 

Portanto, é necessário para compreender a atualidade retomar a singular narrativa de cada descendente do Danúbio e regredir a um longínquo pretérito em que o segundo maior rio da Europa desprovido de uma perene ponte servia como a fronteira definitiva entre duas potências.

Enceto por Buda que durante o vigorar mediévico foi a capital da Hungria até ruir como o resto da Europa medieval frente a ascensão do Império Otomano, todavia não sem preservar uma faustosa herança característica de onde o poder de um país conflui, ou seja, um admirável castelo.

O Castelo de Buda corresponde a todas as expectativas que cercam a personificação do poderio de uma nação, ou seja, é admirável, estonteante e tão impressionante que pende ao ameaçador, porque parece ter sido esculpido por arcanjos. Entretanto, é intrigante a maneira como qualquer receio é devastado pelo arrebatamento de defrontar algo tão belo que parece estar adentrando no inatingível Monte Olimpo, se bem que quando está apaixonado pela celeste arquitetura não resta tempo para questionar o merecimento para vislumbrá-la.

Talvez, porque seja tão perfeito é inconcebível ponderar que não estamos frente a obra de arte primordial, contudo precisamente admirando uma miríade de rascunhos que se sobrepõem uns aos outros. Em suma, tal consequência é uma empenhadamente desordenada pintura que transpassou sete séculos até conhecer a sua aparência definitiva, pelo menos, por ora.

Na realidade, o Castelo de Buda é uma tela disputada onde os mais renomados arquitetos cobiçam deixar a própria assinatura para imortalizar a época a qual pertencem, por conseguinte, existe uma pincelada medieva, mas também otomana que se justapõe, enquanto o barroco a abarrota dos mais suntuosos ornamentos e, por fim, há uma esbelta obra de arte que dispensa qualquer aprovação, embora a UNESCO já tenha lhe concedido a honra de ser considerado patrimônio da humanidade.

Conquanto, ele esconda uma curiosidade obscura embaixo do complexo palaciano onde a luz não atinge, por isso todos os segredos enclausurados permanecem permeados pelas sombras que nele habitam. Reza a lenda que o escuro labirinto subterrâneo existente no subsolo do Castelo de Buda já serviu para aprisionar Vlad Tepes mais conhecido pela alcunha de Drácula o Empalador, aliás, os seus subsequentes crimes referentes a empalação que lhe conferiu essa vil infâmia são todos posteriores ao período em que ele viveu no labirinto do Dédalo húngaro.

Além disso, há no coração de Buda a Igreja de Matias que tão esdrúxula quanto formosa capta a atenção do transeunte com a chamativa arquitetura neogótica usada para espelhar a arte intrinsecamente húngara como telhados coloridos que aparentam ser pinturas ao ar livre.

A Igreja de Matias coexiste junto ao Bastião dos Pescadores um monumento mais contemporâneo erigido em homenagem aos mil anos da existência do estado húngaro, conquanto o mesmo não se olvide da extensa história húngara, aliás, ele é pensado para honrá-la em cada ínfimo detalhe alvo, já que é constituído de sete torres, porque foram sete tribos que fundaram Budapeste, ademais no centro de tudo há uma estátua equestre do rei Santo Estevão que fundou a nação.

Desta maneira, engrandecendo ainda mais Buda e fornecendo uma vista esplendorosa de Peste, enquanto perfeitamente simboliza que Budapeste, embora arcaica está sempre se transformando, ou melhor, se aprimorando para que seja a melhor versão de si mesma algo que ficará ainda mais nítido quando me aprofundar em sua contraparte que Buda sempre arrosta.

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