Atenas - Uma homenagem póstuma ao clássico

Em meio à vivaz praça Sintagma, onde o coração da nupérrima Atenas desenfreadamente pulsa, ergue-se o opulento Parlamento Helênico, uma espécie de ágora contemporânea, personificando um ode à ressuscitada democracia. Conquanto, Péricles e a sua nascente democracia original sejam sempre devidamente reverenciados na arquitetura neoclássica que adornada com colunas dóricas e frisos ornamentais reevoca a glória da civilização que, de antemão, fundou o clássico. Enquanto, em seu esplendoroso interior se desdobram ferrenhos debates que remodelam o futuro da nova nação grega.

Construído entre 1836 e 1842 como palácio para o rei Oto, logo o Parlamento Helênico consagra-se como um proscênio para novas peças na história teatral grega do idealizador do teatro. Posteriormente, enfim assumindo o seu protagonismo atual como sede do poder legislativo.

É indispensável ao passear pela praça Sintagma admirar a troca da guarda, um solene espetáculo estatal realizado a cada hora com a precisão de um relógio, que a despeito da profunda divergência com a célebre contraparte inglesa é tão magnífica e curiosa quanto. Contudo, eu me delongarei adequadamente sobre tal instigante solenidade em meu próximo post.

               Na retaguarda do Parlamento Helênico, onde outrora era o exuberante jardim que pertencia ao próprio palácio régio, está o Zappeion, um estonteante monumento neoclássico que resplandece como um astro, quando agraciado pelo afago de Apolo entre as mãos virentes de Deméter. 

O Zappeion é a pérola no âmago do belo jardim que conserva um majestoso requinte real entrelaçado a magnificência clássica da qual Atenas é indivisível, aliás, a Antiguidade está intrinsecamente relacionada a construção do Zappeion, porquanto ele é erigido em homenagem aos primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna.

Em suma, o Parlamento Helênico, o Zappeion e a praça Sintagma são um trio imperdível que se emaranham em uma tapeçaria da moderna história grega imperdível para quem deseja depreender todas as nuances da clássica alma pulsante da Grécia. Afinal, todo país é a soma do seu passado, presente e futuro.

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